PVGNA TAGI

Expressão em latim que designa luta (Pugna) no Tejo (Tagi) e que terá derivado para PUGNATE e, mais tarde, PUNHETE, designação da vila de Constância até 1836, altura em que a Rainha D. Maria II a altera para Notável Vila de Constância.  Pugna Tagi marca, assim, o local do nascimento da vila de Constância.  Para uns autores, foi o local onde se deu uma grande batalha entre Lusitanos e Romanos e, com a vitória romana, foi fundada uma povoação.  Para outros, o nome terá surgido da junção violenta das águas dos rios Zêzere e Tejo, que se verifica junto à vila.

O grupo PVGNA TAGI nasceu, assim, da união de vários amigos que se juntaram com um propósito comum: recolher, preservar, valorizar e divulgar o património cultural imaterial, em particular do concelho de Constância.

Neste território, existiam grandes quintas que absorviam a maior parte da mão de obra da população activa, que trabalhava de sol a sol com grande esforço físico e que, muitas vezes, para aliviar essa dureza cantava muito, respeitando sempre a época do ano. Assim, na Quaresma, na Páscoa ou no Natal, munidos de uma grande fé e devoção, cantavam unicamente cantigas e cânticos religiosos. Noutras alturas do ano, predominavam as cantigas alegres, divertidas e até picantes!

Anualmente, chegavam a estas quintas os ranchos das Beiras e do Alentejo para ajudar no trabalho agrícola, especialmente na apanha da azeitona.  Quando todos se juntavam ouviam-se cantigas novas que se aprendiam e reproduziam, cada um a seu modo pois, como diz o povo: "quem conta um conto, acrescenta um ponto".

E é, precisamente, este património cultural imaterial, influenciado pelas gentes das Beiras e do Alentejo, que se pretende salvaguardar e transmitir às gerações vindouras, através de uma recolha feita junto da população mais idosa do concelho de Constância que trabalhou nos campos agrícolas e conviveu com pessoas de outras regiões do país.

Mas, esta recolha não se limita apenas às cantigas!  Abrange um vasto património da literatura oral tradicional, desde as ditas cantigas até, por exemplo, contos, lengalengas, ditos, lendas, adivinhas, provérbios, romances, orações, entre tantos outros.

Hoje, o grupo PVGNA TAGI pretende divulgar esta tradição, este património cultural imaterial, mas, como salienta Salwa Castelo-Branco, "o conceito de tradição alicerça-se numa visão interpretativa dinâmica da música e da cultura”.  Neste sentido, e sempre com respeito pela tradição, tenciona fazer uma interpretação moderna para as gentes do presente.